segunda-feira, 5 de agosto de 2019

aqui do outro lado #02: quando descubro que vale a pena sair no calor


três do oito de dois mil e dezenove. segundo hanabi (花火) que presencio e o segundo que cogitei em não ir. recife é quente, mas o verão japonês… com a sensação térmica lá em cima, sair de casa se torna uma tarefa complicada. não tenho provas sobre isso, mas tenho certeza que a quantidade de matsuri (festivais) no verão é para incentivar as pessoas a saírem de casa. todos com ventiladores portáteis, leques ou paninhos para lidar com o suor. mas, de novo, ainda bem que a preguiça foi vencida.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

aqui do outro lado #01: noite de melodias e rostos iluminados


vinte e oito do sete de dois mil de dezenove. essa madrugada, sonhei brevemente que estava tentando descobrir porque as coisas estavam balançando, quando fui acordado sendo perguntado se eu estava sentindo o leve terremoto que estava acontecendo. estava, ele até entrou no meu sonho, falei. voltei a dormir.

domingo, 21 de abril de 2019

tempestade


nublado, me levanto
meus pensamentos precipitam
como uma leve chuva
anunciando pesadas nuvens
caneta em mãos
uma folha em branco
os primeiros traços
os primeiros pingos
letras e palavras fluem
me inundam
escorrem por minhas mãos
molham o papel
meu olhar, agora atento,
me faz perceber
tudo aquilo que eu
tinha a esconder


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

sentido

o medo da tua mão
me aperta o peito
são tantas palavras congestionadas
que a mente, em jorro
emudece a boca
na rua, jorra-se ódio
como quem reza um cântico
o pensamento de futuro
parece perder o sentido
sentido sentindo sentimento
ressentido sentido
sentido! 
bate-se continência à valores
que serão empurrados
goela abaixo
os poucos, contrários
que se sufoquem
mas, em seus mínimos respiros
mesmo sob a mira de mãos em riste
há necessidade de sobrevivência
são sementes que crescem
em asfalto rachado


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

um de um ou um de outros

quantas vezes tento
me reinventar?
ser algo que acho
que esperam de mim
aceitando e tentando
tornar-me real
até que, lentamente
sorrateiramente
vem à mente
o incômodo
o desgaste
o peso de ser
de se ser

sou quem eu quero ser
ou sou um eu
de outros alguéns?

no fim, o que me resta
depois de tanto tentar
se adaptar
se encaixar
é ser
sendo
me modifico
me adapto
me encaixo
deixando partes de mim
em mim
mudo e permaneço
— diferente?
me reconheço